Eu te olho em cada olho.
Vejo o espaço em branco , com detalhes de pequenas veias vermelhas.
Vejo a cor que é mais escura no centro e vai clareando ao redor.
Vejo a pupila que cresce e diminui conforme a força da luz.
E dentro me vejo te vendo, como plano de fundo.
Olho o meu olhar, e vejo como sou bonita.
E essa ligação me faz te invadir por dentro.
Vejo seu bondoso coração batendo forte.
Sinto a circulação do ar nos seus pulmões que vai e vem.
Sinto a dor que você carrega por dentro, mas, que não conta pra ninguém.
Eu sei...
Escuto sua respiração, e isso me da medo.
Preciso de ajuda, estou esperando resposta.
Focando nos olhos a tensão é maior.
Sem te tocar, sei que está soando pelas mãos, com vontade de gritar.
Eu sei...
Mas confio, e sei que vai me ajudar.
Estou esperando que abra um sorriso.
Ou que me dê um abraço.
Ou até mesmo que derrame uma lágrima, deixando que nela se escorra toda a angústia guardada.
Mas você piscou, não aguentou tanta pressão.
Mas voltou o olhar pra mim, trazendo minha esperança de volta.
Mas uma segunda piscada veio a quebrar, quebrar o raio de ligação ocular que me fazia olhar por dentro de você.
E assim acabou...você fechou os olhos de vez e virou de costas , me deu as costas.
A partir daí não senti mais seu interior, nem o meu...
Nem apenas vi mais a cor ou a pupila.
A minha imagem de plano de fundo, sumiu como fumaça.
E vi que seu coração nem é tão bondoso assim.
É, eu me enganei, você não me provou a sua amizade, eu nao sabia de nada.
Mas respeito seu limite.
Foi até ai o seu limite de me olhar nos olhos e me dar algúm sinal, sinal que não veio.
Minha triteza é grande, mas seu medo de me ajudar foi maior ainda.
Mas faça o que quizer, pisque quantas vezes quizer...você é livre pra isso.
Mas não olhe mais pra mim...apenas durma bem, e seja o (a) cego(a) da sua prória vida.
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