Que a arte nos aponte uma resposta...ainda que ela não saiba...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Limite ocular


Eu te olho em cada olho.

Vejo o espaço em branco , com detalhes de pequenas veias vermelhas.

Vejo a cor que é mais escura no centro e vai clareando ao redor.

Vejo a pupila que cresce e diminui conforme a força da luz.

E dentro me vejo te vendo, como plano de fundo.

Olho o meu olhar, e vejo como sou bonita.

E essa ligação me faz te invadir por dentro.

Vejo seu bondoso coração batendo forte.

Sinto a circulação do ar nos seus pulmões que vai e vem.

Sinto a dor que você carrega por dentro, mas, que não conta pra ninguém.

Eu sei...

Escuto sua respiração, e isso me da medo.

Preciso de ajuda, estou esperando resposta.

Focando nos olhos a tensão é maior.

Sem te tocar, sei que está soando pelas mãos, com vontade de gritar.

Eu sei...

Mas confio, e sei que vai me ajudar.

Estou esperando que abra um sorriso.

Ou que me dê um abraço.

Ou até mesmo que derrame uma lágrima, deixando que nela se escorra toda a angústia guardada.

Mas você piscou, não aguentou tanta pressão.

Mas voltou o olhar pra mim, trazendo minha esperança de volta.

Mas uma segunda piscada veio a quebrar, quebrar o raio de ligação ocular que me fazia olhar por dentro de você.

E assim acabou...você fechou os olhos de vez e virou de costas , me deu as costas.

A partir daí não senti mais seu interior, nem o meu...

Nem apenas vi mais a cor ou a pupila.

A minha imagem de plano de fundo, sumiu como fumaça.

E vi que seu coração nem é tão bondoso assim.

É, eu me enganei, você não me provou a sua amizade, eu nao sabia de nada.

Mas respeito seu limite.

Foi até ai o seu limite de me olhar nos olhos e me dar algúm sinal, sinal que não veio.

Minha triteza é grande, mas seu medo de me ajudar foi maior ainda.

Mas faça o que quizer, pisque quantas vezes quizer...você é livre pra isso.

Mas não olhe mais pra mim...apenas durma bem, e seja o (a) cego(a) da sua prória vida.

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